Como os empresários podem organizar as finanças da empresa em casos de crise?


Em momentos de crises e incertezas é essencial que os empresários tenham a casa arrumada e organizem todos os processos gerenciais do negócio. O coração desses processos gerenciais é a gestão financeira.
Por vezes, constata-se que, em tempos de crise econômica e financeira, não se investiu recursos suficientes em controles adequados. Infelizmente isso é visto, muitas vezes, quando a adversidade bate à porta.
Pesquisa do Sebrae/SP, sobre o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco anos de vida, mostra que 50% dos participantes não determinaram o valor do lucro pretendido e 42% não calcularam o nível de vendas para cobrir custos e gerar o lucro pretendido. E diante dessa falta de planejamento financeiro, a falta de capital ou lucro, foram as principais causas para o encerramento das atividades. Em outras palavras, faltou gestão financeira.
Uma gestão financeira eficaz permite ao empresário conhecer a real situação da companhia, permitindo que decisões sejam tomadas baseadas em indicadores e informações pertinentes e verdadeiros.
Algumas questões podem ser objeto de atenção permanente do empresário: Quanto vendeu este mês? Quanto precisa comprar de produtos para repor o estoque? Quanto a empresa está lucrando? Qual é a melhor forma de pagamento dos insumos? Quanto vai sobrar no caixa no final do mês?
Mas, para que tais respostas sejam obtidas é fundamental que o empresário tenha o cuidado de controlar todas as atividades da empresa. A contabilidade e seus registros auxiliares são ferramentas adequadas para o lançamento de todas as receitas, despesas e custos, passando pelo monitoramento das movimentações de estoque e caixa.
Classicamente, alguns controles são fundamentais para uma boa gestão financeira: caixa, bancário, contas a receber, contas a pagar e estoques. De acordo com a atividade da empresa, outros controles podem ser necessários.
A partir de tais controles, uma infinidade de informações úteis pode ser obtida, tais como, dentro outras:
· Projeção de vendas futuras e seus prazos de recebimentos;
· Projeção das compras futuras e seus prazos de pagamento;
· Projeção do valor que vai entrar no caixa da empresa referente às vendas já realizadas e quando isso vai acontecer;
· Levantamento das disponibilidades financeiras e das necessidades de capital de giro existentes para o período atual e futuro;
· Levantamento da necessidade de compras e reposição de estoques.
Agora, se a empresa começou a sentir fortemente a crise, algumas ações podem ser emergencialmente tomadas:
· Criar uma planilha bem organizada com todas as informações do negócio pode ajudar a identificar onde está sendo gasto muito dinheiro ou se as vendas não estão correspondendo ao esperado.
· No caso de dívidas, verifique se o negócio está dando lucro e qual a sua capacidade para pagar as despesas. Se a companhia estiver no vermelho, estabeleça prioridades, considerando o custo de cada dívida e o risco do não pagamento. Se houver corte no fornecimento de algum serviço ou produto que prejudique a atividade do negócio, por exemplo, o melhor a fazer é buscar alternativas para quitar o débito. Dependendo da natureza da dívida, procure renegociá-la ou trocar por uma “mais barata”: trocar cheque especial por uma linha de financiamento mais em conta, por exemplo. Antecipar recebíveis também pode ser uma estratégia válida.
· Procure reduzir os custos improdutivos, ou seja, aqueles que não se revertem em ganhos ao negócio ou ao cliente, e o desperdício (que pode ser de matéria-prima, de energia etc.). Às vezes, pequenas mudanças geram grandes resultados.
É fundamental perceber que as crises vêm e vão. As empresas que perduram são aquelas que criam e adotam controles robustos em suas finanças. Sem um adequado planejamento e controle financeiro, poucas empresas se sustentam. Na dúvida, busque profissionais para auxiliar nesta tarefa imprescindível!
Boa gestão!
Vinicios Vinny3357 Posts